Homenagem Póstuma à anciã Deolinda Ginso de Assis
A Ação Saberes Indígenas na Escola manifesta seu profundo pesar quanto ao falecimento da anciã Deolinda Ginso de Assis.
Deolinda Ginso de Assis nasceu no dia 02 de janeiro de 1929 na comunidade Sede da TI Xapecó, onde se criou e até hoje permanece. É filha de João Tertulibio e Maria Cristina Gabriel, ambos Kaingang da mesma Terra Indígena. É viúva e seus filhos são: Pedro Kresó, Osmelinda Rin Alípio, Sirlei Kanu Alves de Assis e Arnaldo Alves de Assis. Sirlei e Arnaldo atuam como professores da EIEB Cacique Vanhkrê. Deolinda aprendeu muitas coisas com seus avós e pais. Sempre participava das conversas dos mais velhos e com eles ia aprendendo as histórias que conta hoje. Dona Deolinda fala que antes existiam muitos rezadores como os Kujás, mas que hoje já está terminando. Ela é uma das rezadeiras que ainda existem na comunidade, e conta: “Existem vários tipos de rezas. Dependendo da ocasião é um tipo de reza e cada rezador sabe diferentes rezas, mas isso está se terminando. A gente pode ensinar como aprendi com meu pai. Mas ninguém mais quer aprender, os novos, as meninas só querem aprender outras coisas que não é do nosso Povo!” Dona Deolinda relata que participou de vários rituais do Kiki na comunidade, porém lamenta que hoje não exista mais. Sua marca tribal é Kanhrú, que signifi ca círculo. De acordo com a história do povo Kaingang, os Kanhrú foram o segundo povo a surgir sobre a terra e por isso são baixinhos. Ela gosta de batizar as crianças da comunidade e dar o nome indígena do mato, ou nome próprio. Entende muito sobre o batismo, sendo que as crianças Kaingang são batizadas na água corrente, nas Águas Santas para não pegar doenças
O sentimento é de gratidão por tantos aprendizados.
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